É tempo de falar acerca
daquilo que é realmente importante no processo de perda de massa gorda ou
emagrecimento, ou outra coisa qualquer que se possa chamar. O objetivo é sempre
perder gordura e, no mínimo, manter a massa muscular, de modo a que a
composição corporal se altere favoravelmente!
A adesão ao plano dentro
dos totais dos micronutrientes e com as comidas que vocês mais gostam é aquilo
que determina o vosso sucesso. Pouco me importa se você treina duro, se faz
abdominais todos os dias, se pratica HIIT ou outra metodologia aceite como a
poção mágica. Não vai resultar! E por quê? Porque o dispêndio calórico não é
tão grande como acham, e é facilmente anulável com um ou dois deslizes na dieta
(dependendo obviamente da magnitude dos mesmos).
Se você pode ter resultados?
Até pode, mas está a trabalhar no duro, por vezes até mais do que seria
necessário, sem o devido retorno. Se afinar a vossa alimentação e se se
mantiver consistentes com ela, garanto que vai ser surpreendidos pela positiva
mais tarde, e vai chegar à mesma conclusão que eu cheguei há alguns anos:
O segredo do treino é fazer
o mínimo possível para gerar as adaptações que desejamos. Assim, temos sempre
por onde progredir, de um modo sustentado, no futuro. O treino deve ter um
propósito e nunca é uma punição ou compensação pelos nossos deslizes
alimentares.
O significado do parágrafo
anterior é mais ou menos simples: apesar de o treino e da nutrição andarem de
mãos dadas no processo de transformação corporal, cada um deles tem um
propósito distinto e devem ser organizados por etapas. Por mais que, pela minha
área de formação, gostasse de dizer que o treino é decisivo, não penso que seja
assim. A parte nutricional tem um peso relativo maior no resultado, sendo
que, mais uma vez, os dois andam de mãos dadas, na construção de um resultado
óptimo.
O primeiro passo é
estabelecer o objetivo primário que, neste caso, é a perda de massa gorda.
Em seguida, importa afinar a dieta para podermos
atingir este propósito. Tendo em conta o objetivo e podem começar por aí. O mais importante, ou
decisivo, é que se atinja um défice calórico e que o mesmo seja sustentável há
médio prazo.
De nada adianta começar a dieta de um modo muito
agressivo, se não a conseguimos manter. O mesmo vale para
a intensidade de treino. Quantificamos os micronutrientes
necessários para o nosso objetivo e podemos passar ao treino.
A investigação diz que
podemos reduzir o volume ou a frequência de treino em até 50%, desde que
mantenhamos a intensidade. Nesta fase, com este objetivo, devemos tirar partido
desta hipótese, uma vez que, com calorias reduzidas, nos encontramos com
capacidade de recuperação menor e, ao contrário do que se costuma ver nos
ginásios, não faz sentido algum aumentar o volume ou a frequência.
Manter o peso utilizado, ou
fazer o máximo por manter, é o nosso foco, nesta altura. É esta abordagem que
vai transmitir o estímulo necessário para que a massa muscular seja mantida,
enquanto mobilizamos gordura. Lembre-se de uma coisa: Esta coisa de ficar bem
no biquíni ou de calções de banho, na praia, é uma coisa da sociedade moderna.
O nosso organismo vem
evoluindo há muitos milhares de anos e os sistemas existem por uma razão. A
acumulação de gordura dá-se para prevenir a ausência de comida, o que se
verificava por longos períodos. Assim, poderíamos sobreviver mais tempo,
mobilizando as reservas de tecido adiposo.
Quando não temos energia suficiente (défice
calórico), o nosso sistema interpreta o fato como “ausência de comida
suficiente” e dão-se adaptações decorrentes desse mesmo. Uma delas é a mobilização dos tecidos adiposo e muscular, para
utilização como fonte energética. Ora, se dermos o estímulo necessário ao
sistema neuromuscular, passando a mensagem de que não podemos mobilizar o
tecido muscular porque ele é necessário para desempenhar as tarefas do
quotidiano, será utilizada uma maior percentagem de gordura.
Importa referir também
outro ponto: como podemos estabelecer objetivos? Podemos fazê-lo de acordo com
variáveis que estão sob o nosso controlo. Podemos estabelecer como objetivo,
que durante as “próximas duas semanas, vamos respeitar o plano a 90% e fazer no
mínimo 6 treinos”.
Na verdade, também podemos
estabelecer como meta a perda de 2Kgs, nas próximas 2 semanas, mas há uma
grande diferença entre os dois. No primeiro objetivo dependemos apenas de nós e
da nossa consistência. No segundo, estamos a abrir a porta à individualidade e
aos inúmeros fatores que podem influenciar o resultado em termos de peso.
Fonte: tafitness.net
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